CANECAS ORIXÁS

Iemanjá

Seu nome significa a mãe dos filhos-peixe. Originária do rio ogum, em abeokutá, nigéria, tem seus domínios nas profundezas das águas, de onde emerge para atender seus devotos, principalmente as mulheres que atribuem a elas poderes que favorecem a fertilidade e a fecundidade. É maternal, sempre pronta para amamentar as crianças sob seu domínio. Mas também sabe ser delicada, mantendo-se de espada em punho para defender seus filhos. Iemanjá é a regente do Maracatu Nação Maracambuco.

Ogum

Após retornar de suas batalhas vitoriosas e depois de numerosos anos ausentes. Ogum decidiu voltar a irê (primeira cidade construída e sob governo de seu filho). Quando chegou teve a impressão que ninguém o reconhecia, tentou conversar com seus súditos e foi ignorado. Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas. Quando seu filho lembrou-o que este dia era sagrado e as pessoas não podiam falar por ordem do próprio Ogum.

Ogum então lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Porém, antes de desaparecer pronunciou algumas palavras. Palavras ditas por nós, filhos de ogun para aclamarmos sua defesa. Caso estejamos em perigo.

Outra lenda nos fala sobre de um dos combates contra sua ex-esposa oyá no qual entre dois golpes deferidos por ambos ao mesmo tempo , ogum se transformou em sete (mejê) e oyá em nove (mesan).

Iroko

Iroko é um Orixá pouco cultuado no Brasil; Seus filhos também são raros.
Iroko vive na mais suntuosa árvore que há numa roça de candomblé e também nas matas.
Representa a ancestralidade, nossos antepassados, pais, avós, bisavós, tataravôs. Representa também o seio da natureza, morada dos orixás…
Desrespeitar iroko (grande e suntuosa árvore ) é desrespeitar sua dinastia, seus avós, seu sangue…
Iroko representa a história do ylé, de seu povo; protegendo sempre o mesmo das tempestades.
Iroko protege muito seus filhos.

Xangô

Xangô é odeus do raio, do trovão, da justiça e do fogo. É um orixá temido e respeitado, é viril e violento, porém justiceiro. Costuma-se dizer que xangô castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Seu símbolo principal é o machado de dois gumes e a balança, símbolo da justiça. Tudo que se refere a estudos, a justiça, demandas judiciais, ao direito e contratos, pertencem a xangô.  Ambicioso, chega ao poder destronando seu meio irmão ajaka. Passa, então, a reinar com autoritarismo e tirania, não admitindo que suas atitudes fossem contestadas, o que possivelmente levou-o a cometer injustiças em suas decisões. Usa o poder do fogo como seu símbolo de respeito.
Galante e sedutor, desperta a paixão da divindade oya, uma de suas três esposas  (as outras são oxum e obá).

Oxossi

Senhor das florestas, seu habitat natural, onde vive e caça. É a divindade da harmonia e do equilíbrio ecológico, protege os caçadores e a caça ao mesmo tempo, não permite a caça predatória. Aceita somente a busca do alimento.
Está associado com a vida ao ar livre e com os elementos da natureza.
Como bom caçador, é solitário e individualista, mas não dispensa das pessoas o convívio social e nunca vive sem um grande amor.

Logunedé

Vaidoso como oxum e astuto como oxossi. Vive no âmago das florestas, em clareiras à beira de rios. Grande caçador, usa ofá (arco e flecha) quando caça, e abebé (leque) em seus momentos de vaidade. Dorme nas profundezas dos rios e banha-se nele para manter a fartura da pesca.

Oxalá

“O grande orixá”, ocupa uma posição única e inconteste do mais importante orixá e o mais elevado dos deuses yorubás.
É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro.
Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo, onde as palavras não podem ser ouvidas. Por apreciar muito o vinho de palma, embriagando-se freqüentemente, perdeu a chance de criar a terra e tornou-se responsável pela moldagem das pessoas e ficou proibido de beber o vinho.
Teimoso, às vezes passa por cima dessas regras. Pessoas com defeitos de nascença, provocados por ele, lhe pertencem.
Ele as protege para se redimir. Muda de nome conforme a situação.
Lento como um caramujo, todo de branco como seu ritual exige, é conhecido como osalufan.
Enérgico e guerreiro, de colar branco com azul real, é Osogian. Em todas versões é Orisan’la, Obatala o rei do pano branco.

Exú

Exú é o senhor dos caminhos, caminhos que levam e trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou distanciarem-se. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos, principal responsável pela ligação do mundo espiritual ao mundo material  (orun- ayé).
Entre dois caminhos lá está ele guardando, indicando. Não se faz nada pelo candomblé antes de agradar Exù, pois é o único orixá que faz o elo de ligação entre nós e os demais orixás.

Exù é um orixá tão importante quanto todos os outro orixás. Por ser mais ligado com o mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos parecidos com os dos seres humanos.

Oyá

Oyá é a orixá de um rio, conhecido como níge. Orixá dos ventos, raios e tempestades, também guerreira, ágil e agitada como o próprio vento. Extrovertida e sensual como poucas. Senhora absoluta dos egúns, além de esposa predileta de xangô, divide com ele o domínio sobre as tempestades. Destemida, justiceira e guerreira, não teme a nada.

Oxum

Dona das águas. Na áfrica, mora no rio oxum. Senhora da fertilidade, da gestação e do parto, cuida dos recém-nascidos, lavando-os com suas águas e folhas refrescantes. Jovem e bela mãe, mantém suas características de adolescente.
Cheia de paixão, busca ardorosamente o prazer. Coquete e vaidosa, é a mais bela das divindades e a própria malícia da mulher-menina. É sensual e exibicionista, consciente de sua rara beleza, e se utiliza desses atributos com jeito e carinho para seduzir as pessoas e conseguir seus objetivos.
Quando Orunmilá estava criando o mundo, escolheu Oxum para ser a protetora das crianças. Ela deveria zelar pelos pequeninos desde o momento da concepção, ainda no ventre materno, até que pudessem usar o raciocínio e se expressar em algum idioma. Por isso, oxum é considerada o orixá da fertilidade e da maternidade.
Por sua beleza, Oxum também é tida como a deusa da vaidade, sendo vista como uma orixá jovem e bonita, mirando-se em seus espelhos e abanando-se com seu leque (abebê ).

Iyewá

Iyewá é o orixá da alegria, do belo, dos cantos, da vida e das belezas que a vida nos dá. Iyewá é quem rege todas as mutações, seja elas orgânicas ou inorgânicas; é o orixá responsável pela mudança das águas, de seu estado sólido para gasoso ou vice-versa. Ela é quem gera as nuvens e chuvas: quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando figuras pois ali esta Iyewá, dando diferentes formas. Iyewá é responsável pelo ciclo interminável de transformação da água em seu diversos estados. Ela esta ligada às mutações dos vegetais e animais; ela esta ligada às mudanças e transformações, seja bruscas ou lentas; Iyewá é o desabrochar de um botão de rosa, ela é uma lagarta que se transforma em borboleta, ela é a água que vira gelo e o gelo que vira água, ela quem faz e desfaz. Iyewá é a própria beleza contida naquilo que tem vida, é o som que encanta, é a alegria, é a transformação do mal para o bem: enfim Iyewá é a vida.

Ibeji

Ibejis são divindades gêmeas infantis, é um orixá duplo e tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.
Divide-se em masculino e feminino (gêmeos). Em Oyó cultua-se como erês ligado a qualidades de “Sangô e Osun”. Popularmente conhecido como xangô e oxun de ibeji.
Os orixás gêmeos protegem os que ao nascer perderam algum irmão (gêmeo), ou tiveram problemas de parto. Em algumas casas de candomblé e batuque são referidos como erês (crianças) que se manifestam após a chegada do orixá chamado de ase erês ou asêros.
Por serem gêmeos, estão ligados ao princípio da dualidade e de tudo que vai nascer, brotar e criar.

Osaiyn

Divindade das folhas medicinais e liturgias. Detentor do ase (força, poder, vitalidade). Seu símbolo é uma vara de ferro com sete pontas dirigidas para cima, com a imagem de um pássaro na ponta central.
Dono do segredo e das folhas, é considerado o médico do candomblé. Sua importância é tão fundamental, que nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença.

Oxumaré

O exótico e o mistério são os seus domínios. Tudo nele é repetitivo, variando apenas as formas, como no ciclo da chuva: a água que evapora, retorna como chuva. Ou como no universo dos corpos celestes, onde a lua, o sol, a terra e os demais astros e planetas executam os seus movimentos com metodicidade harmoniosa.

No ciclo “vida e morte” ele também está presente; e seu símbolo mais forte é o da cobra mordendo a própria cauda, numa atitude que representa o ciclo vital: vida, morte e renascimento. A marca mais evidente de osumare é o arco-íris, de quem é senhor.

Obaluaê

Obaluaiyê quer dizer “rei e dono da terra” sua veste é palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado a terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol – calor que lembra a febre das doenças infecto-contagiosas. Domina completamente as doenças que rege. Ao mesmo tempo em que as causa, tem poder de cura sobre elas.

Nanan

Nanan proprietária de um cajado. Nanan salpicada de vermelho, suas roupas parecem banhadas em sangue, orixá que obriga o fon a falar nagô (ketu). Água parada que mata derrepente, ela mata uma cabra sem usar faca.
É considerada “orixá mais antigo do mundo”. Quando orunmilá chegou aqui para frutificar a terra, ela já estava. Nanan desconhece o ferro por trata-se de um orixá da pré-história, anterior a idade do ferro. O termo nanan significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra.

 

Fonte: www.orixas.com.br